Sarah Adamopoulos (n. 1964) é uma escritora portuguesa originária da diáspora judaica. A sua avó paterna, germanófona, nasceu na então chamada Pequena Viena, em Czernowitz, terra-natal também de Paul Celan, hoje território ucraniano. Também de origem grega, a antiga jornalista profissional trocou a imprensa pela produção editorial de livros, e depois a produção editorial de livros pelo teatro (dramaturgia). O seu trabalho literário tem sido fragmentado, desconforme, durante muitos anos devido à firme vontade de ganhar a vida unicamente através dos ofícios da escrita – desse modo não apenas “mantendo a mão” mas também uma posição de proximidade com a literatura, nunca se afastando de um projecto literário que a sua ligação profunda à arte de escrever sempre fortemente sugeriu. Tendo-se descoberto especialmente vocacionada para o trabalho editorial, imaginou, concebeu, escreveu, coordenou equipas de produção editorial, editou, traduziu, por vezes reviu – traduções de outros, também – livros, revistas e publicações de toda a sorte, tendo passado longos anos a exercer vários ofícios editoriais em simultâneo.

Como jornalista de imprensa, na sua primeira vida profissional, integrou o quadro redactorial do semanário O Independente (um jornal surgido em 1988 que constituiu uma experiência de ruptura inédita e até à data irrepetida na História recente do jornalismo português) entre 1989 e 1995, e foi depois disso colaboradora regular de várias publicações – designadamente das chamadas revistas de fim de semana dos jornais portugueses (Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Público e Expresso). Teve colaboração especialmente profícua e regular com a Notícias Magazine, distribuída ao domingo com os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias (2004-2010), e também com a revista mensal PAIS&Filhos (1998–2010), tendo publicado dois livros que compilaram o melhor da sua escrita cronística em torno da parentalidade e da infância. Foi a primeira cronista a assinar sobre a monoparentalidade em Portugal. Fez reportagem freelance com alguns dos mais significativos fotógrafos e fotojornalistas portugueses, caso de Céu Guarda, Sandra Rocha ou António Júlio Duarte, entre vários outros talentos da Fotografia.

Tem a certeza de que a Educação e a Cultura são os grandes motores de mobilidade social e dois caminhos certos para o desenvolvimento (económico também) das sociedades. De família paterna francófona, teve uma educação bilingue, embora a sua aproximação à escrita se tenha feito na língua materna, por via do jornalismo. Viveu em França entre 1985 e 1988, onde estudou Literatura inglesa, na Faculdade de Letras Paul Valéry, em Montpellier. Bilingue Português/Francês, lê, fala e escreve também em Inglês. Vive no Porto.

livros

A vida alcatifada (1997)

Os implicados (1998)

Viver mata (2001)

Tudo sobre a minha filha (crónicas, 2003)

Fado menor (2005, literatura, prosa)

Infância – quando eles eram pequeninos (crónicas, 2008)

Liceu de Camões – 100 anos, 100 testemunhos (2009, encomenda – co-autoria e coord.)

Nicolau Breyner (biografia oficial, encomenda, 2010)

Voltar – memória do colonialismo e da descolonização portuguesa (2012)

A cidade do teatro (2016, encomenda – co-autoria e coord.)

Alípio Tomé Pinto (2016, biografia oficial, encomenda, co-autoria e coord.)

A única palavra (poesia, 2017)

TODOS – caminhada de culturas (2018, encomenda – co-autoria e coord.)

Agosto (literatura, prosa, 2023)

co-autorias e colaborações (entre outras)

A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer #2: Alice Geirinhas convida Sarah Adamopoulos, Adília Lopes e Maria Manuel Stocker. Alice Geirinhas; textos de Sandra Vieira Jürgens e Miguel von Hafe Pérez (Mimesis, 2003).

«A memória de Shakespeare», para Timão de Atenas, de William Shakespeare (caderno de textos para a estreia da encenação por Joaquim Benite, Edições da Companhia de Teatro de Almada, 2012).

«Elogio do actor», «Almada – a cidade do teatro» e «Uma história política e social», para A Cidade do Teatro (Câmara Municipal de Almada, 2016).

«Alguns, muitos, todos», para TODOS – Caminhada de Culturas (Academia de Produtores Culturais e Câmara Municipal de Lisboa, 2018).

«Os pés frios», para Viagem de Inverno, de Elfriede Jelinek (caderno de textos para a estreia da encenação por Nuno Carinhas, Edições da Companhia de Teatro de Almada, 2020).

«O Cid», para Vítor Cid (coord. Celso Martins – edição pelas Produções Acidentais e Câmara Municipal de Almada, 2021).

«Chegar a velha», para Penela – Qual Idade? (Companhia da Chanca, 2024).

traduções para português europeu (entre outras)

Uma ambição no deserto (Albert Cossery – tradução para a Antígona, 2003)

O capital no século XXI (Thomas Piketty – tradução para a Temas&Debates, 2014)

O mar – uma história cultural (John Mack – tradução para a E-primatur, 2016)

O milagre Espinosa (Frédéric Lenoir – tradução para a Quetzal, 2019)